A proposta de proibir as candidaturas coletivas foi uma emenda apresentada por parlamentares conservadores durante a votação do projeto de reforma eleitoral. A justificativa para a proibição é de que, segundo os deputados que apoiaram a emenda, as candidaturas coletivas comprometem a individualidade e a representatividade dos candidatos.
Contudo, há quem defenda que as candidaturas coletivas são uma importante ferramenta para ampliar a participação de grupos historicamente excluídos da política. Ao se candidatarem de forma coletiva, mulheres e negros conseguem fortalecer suas vozes e enfrentar os desafios impostos pela desigualdade de gênero e racial, que ainda persistem no país.
A exclusão das candidaturas coletivas também é preocupante porque ameaça as conquistas já alcançadas por esses grupos. Atualmente, as bancadas femininas e negras têm conseguido avanços importantes no que diz respeito à pauta de igualdade de direitos e representatividade política. Com a proibição, essas bancadas podem perder força e ter seus avanços ameaçados.
Além disso, a decisão da Câmara dos Deputados vai na contramão de outros países que têm adotado as candidaturas coletivas como forma de combater a desigualdade e aumentar a representatividade política. Vários países da América Latina, por exemplo, já têm leis que incentivam e regulamentam as candidaturas coletivas, reconhecendo a importância dessa estratégia para a democracia.
No Brasil, a proibição das candidaturas coletivas é um retrocesso preocupante. É preciso garantir a participação política de todos os grupos, especialmente aqueles que têm sido historicamente excluídos. A luta por igualdade e representatividade não pode ser interrompida. É necessário que o tema seja amplamente discutido para que se encontre um caminho que valorize a diversidade e fortaleça a democracia brasileira.