O programa de microcrédito prevê a operação de 40 mil contratos anuais, com a empresa recebendo 66% da remuneração e o restante sendo da Caixa. Os fundos para os empréstimos virão do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) e do FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte), cabendo a estes lidar com o risco de inadimplência, enquanto o risco operacional e de fraude é da responsabilidade da Cactvs.
Além das acusações de fraude, a empresa também se vê envolvida em outros problemas, incluindo investigações nos Estados Unidos em relação a um de seus responsáveis, Fernando Passos. Passos, ex-diretor da resseguradora IRB, enfrenta processos judiciais por divulgar informações falsas que impactaram o mercado financeiro. A Cactvs foi criada após a saída de Passos do IRB, sendo atualmente presidida por sua mulher, Kelvia Passos.
Outro ponto de controvérsia é a relação da Cactvs com Gilberto Occhi, ex-presidente da Caixa, e o presidente atual da instituição, Carlos Antônio Vieira Fernandes. A contratação da empresa pela Caixa está sendo conduzida pelo sobrinho de Carlos Antônio. Em defesa da decisão, a Caixa destacou que o modelo de contratação foi elaborado por um grupo de trabalho interno e que a empresa passou por uma consulta pública habilitando apenas a Cactvs.
Diante do histórico conturbado da empresa e de seus responsáveis, a contratação pela Caixa levanta questionamentos sobre a transparência e idoneidade do processo. A falta de manifestação dos envolvidos e as investigações em curso nos Estados Unidos adicionam camadas de complexidade e dúvidas a essa questão. A Caixa busca um novo modelo de microcrédito após sofrer prejuízos bilionários em um programa utilizado com fins eleitorais no passado. A contratação da Cactvs deve ser analisada com cautela e transparência para garantir a integridade das operações da Caixa Econômica Federal.