A operação em questão envolvia a compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, de propriedade de Mauricio Quadrado. O principal motivo que levou os funcionários a se oporem à operação foi o risco reputacional para o banco público. Isso se deve ao fato de que Quadrado foi citado em uma delação premiada por supostamente pagar propina para viabilizar uma operação do FI-FGTS, fundo gerido pela Caixa.
No relatório dos gestores, foi apontado que a área de Gestão de Risco da Caixa Asset deixou de incluir essa informação em seu relatório, o que fragilizaria a transparência e a análise de riscos da instituição. Por outro lado, a Caixa afirmou que a Caixa Asset tem autonomia e governança para suas decisões e que as trocas de cargos foram feitas com critérios profissionais e não por retaliação.
Outros pontos levantados no relatório foram a capacidade de pagamento do Banco Master e a atipicidade da operação. Os gerentes destacaram a fragilidade do Banco Master em relação às regras de Basiléia e o prazo de 10 anos para o pagamento da dívida, considerado arriscado e atípico.
É importante ressaltar que a Caixa Asset possui um limite de alocação de recursos em papéis como os do Banco Master, e a operação proposta consumiria significativa parte desse limite, o que poderia comprometer a saúde financeira da instituição. Com a recente nomeação de Pablo Sarmento para a presidência da Caixa, surgem questionamentos sobre a direção e as estratégias adotadas pela instituição.
Esta situação evidencia a importância da transparência e da avaliação criteriosa das operações financeiras em instituições públicas, visando sempre a segurança e a integridade dos investimentos realizados.