Mesmo com as adversidades climáticas, um levantamento feito por administradores do perfil Bicicletada Julieta mostrou que 133 cidades brasileiras e 34 cidades estrangeiras aderiram à manifestação. Atos foram registrados em países como Venezuela, Peru, Colômbia, Argentina, Chile, Uruguai, México, Espanha, França, Portugal, Holanda e Estados Unidos.
Em São Paulo, a concentração começou no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e mesmo com a forte chuva na região, a bicicletada foi substituída por um emocionante tributo que reuniu cerca de 500 pessoas em volta do grupo musical Cumbia Calavera e de palhaças que leram uma carta manifesto em homenagem à artista.
“Malditos sejam os autores desse atentado”, disse a educadora e palhaça Ludimila Corrêa enquanto assistia às apresentações abraçada à sua filha. A vereadora suplente Renata Falzoni (PSB) também participou da homenagem e ressaltou a importância cultural de Julieta. Além disso, falou sobre a quebra do direito de viajar em segurança no Brasil.
No Rio de Janeiro, manifestantes esticaram uma faixa que pedia o direito de viver sonhos em segurança, enquanto uma palhaça carioca compartilhava memórias dos últimos momentos vividos ao lado de Julieta. A bióloga Maria Claudia Kohler, mãe da socióloga Marina Kohler Harkot, que foi atropelada e morta enquanto pedalava em 2020 em São Paulo, também esteve presente no evento, solidarizando-se com a dor dos familiares e amigos de Julieta e destacando a importância do movimento contra a violência.
O evento foi um importante ato de solidariedade e também de conscientização sobre a violência contra mulheres e ciclistas, reunindo pessoas de diferentes cidades e países em torno de uma causa comum. Através de atos simbólicos e palavras de revolta e esperança, os participantes demonstraram a importância de manter viva a memória de Julieta e de lutar por segurança e respeito para todos os ciclistas e mulheres.