Brasil se torna o terceiro país da América Latina em imigrantes venezuelanos, ultrapassando o Equador em 2023 e abrigando quase 550 mil em janeiro de 2024.

O Brasil tem se tornado um destino cada vez mais escolhido por imigrantes venezuelanos em busca de melhores condições de vida. Dados apontam que em 2023, o país superou o Equador e se tornou o terceiro país da América Latina em número de refugiados e imigrantes da Venezuela, ficando atrás apenas de Colômbia e Peru. Em janeiro de 2024, já eram quase 550 mil venezuelanos vivendo no Brasil, em meio aos mais de 7,7 milhões espalhados pelo mundo.

De acordo com o Professor João Jarochinski, do curso de relações internacionais da Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista, fatores como as melhores condições de regularização migratória e o atendimento em Pacaraima, principal entrada no Brasil, têm incentivado a escolha pelo país. Além disso, o controle estatal e o aumento da burocracia em outros países sul-americanos têm desestimulado a ida de venezuelanos para esses destinos.

Um dos pontos destacados é a mudança no perfil dos imigrantes, que tem se tornado cada vez mais feminino e precarizado. Mulheres como Eilyn e Cindy chegam ao Brasil em situações vulneráveis, muitas vezes grávidas sem acompanhamento pré-natal, ou crianças com desnutrição. Cinthia Miranda, coordenadora-geral do Serviço de Proteção em Situações de Calamidade Pública e Emergência, do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, ressalta que a situação das mulheres imigrantes tem se agravado, com a chegada de pessoas sem tratamento para diversas condições de saúde.

Antes da pandemia, o fluxo de imigrantes venezuelanos era composto principalmente por homens com maior renda e escolaridade, como médicos, advogados e comerciantes. No entanto, nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de famílias vulneráveis que buscam refúgio no Brasil, enfrentando desafios e dificuldades no novo país de acolhimento.

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