As motivações e os personagens envolvidos nesse processo são diversos e complexos, mas é fato que a situação de Battisti traz à tona a questão da extradição e da busca por foragidos da justiça em outros países. No caso específico da Argentina, que atualmente é governada por Javier Milei, aliado do bolsonarismo, o desafio de repatriar criminosos pode se mostrar tão complicado quanto foi para a Itália com Battisti.
Recentemente, uma coluna do portal UOL revelou que a Polícia Federal está alinhando estratégias com o Ministério das Relações Exteriores e o Supremo Tribunal Federal para capturar foragidos brasileiros que estão na Argentina. Esses criminosos, muitas vezes, solicitam refúgio ao governo argentino e ao Uruguai, o que torna o processo de extradição ainda mais complexo.
Alguns deputados bolsonaristas, liderados por Eduardo Bolsonaro, estiveram em Buenos Aires pedindo que os foragidos brasileiros fossem recebidos como exilados políticos. Por sua vez, Milei pode tomar uma decisão pragmática, levando em consideração seu relacionamento político com o Brasil e sua imagem internacional como líder da extrema direita.
A possibilidade de uma extradição dependeria de futuros acontecimentos políticos, como uma mudança no governo argentino ou no brasileiro. Isso mostra como questões de cooperação judicial entre países podem ser influenciadas por lideranças políticas e ideológicas em constante mudança. A complexidade do caso Battisti serve como um lembrete das dificuldades que o Estado brasileiro pode enfrentar ao lidar com situações semelhantes no futuro.