De acordo com Marcio Salmi, diretor executivo de uma companhia logística, a seca tem impulsionado o uso do modal rodoviário, o que tem elevado os preços dos serviços. Por exemplo, o frete médio entre São Paulo e Manaus, que geralmente é de R$ 40 mil, chega a subir para R$ 60 mil durante a seca.
A fim de contornar os desafios impostos pela seca, algumas empresas do setor têm explorado alternativas, como o transporte por ferrovia. No entanto, essa opção é mais cara e, por enquanto, não se mostrou viável devido às capacidades dos outros modais de absorver a demanda.
Um especialista consultado também ressaltou que a seca impacta diretamente as rotas rodoviárias usadas para transportar grãos até os rios, o que tem levado a um aumento nos preços dos fretes. Além disso, a dificuldade de operação no Norte do país tem levado ao desvio de fluxo para outros pontos do país, o que intensifica a pressão sobre os preços dos fretes.
Outra empresa do setor, a Log-In Logística, apontou que a seca está adicionando um custo significativo por contêiner transportado, devido às operações complexas necessárias para contornar as limitações dos rios assoreados.
Diante desse cenário desafiador, as empresas do setor têm buscado soluções criativas, como o uso de píeres flutuantes para transferir cargas para balsas, e contam com a autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários para contratar embarcações estrangeiras em casos excepcionais.
A expectativa das empresas é que a seca persista até dezembro deste ano, e, apesar dos prejuízos e dos desafios enfrentados, o setor logístico está trabalhando para garantir a continuidade das operações e o transporte de mercadorias mesmo diante das adversidades impostas pela situação climática do país.