Em contrapartida, a migração da renda fixa para a Bolsa ainda não é uma realidade iminente. Um levantamento realizado pelo Itaú BBA com investidores nacionais apontou que o “número mágico” da taxa Selic que justificaria essa transição seria de 9%, enquanto a taxa atualmente se encontra em 10,50% ao ano. A expectativa de elevação da Selic no próximo mês reforça a postura mais rígida adotada pelo Banco Central do Brasil e sinaliza um compromisso com a meta de inflação.
Daniel Gewehr, estrategista-chefe de ações do Itaú BBA, ressalta que a precificação do mercado para a curva de longo prazo tem maior impacto no desempenho do Ibovespa. Nesse contexto, a possível elevação da Selic neste ano, corroborada por projeções de diversas instituições financeiras, traz crédito à política monetária e estimula investidores com apetite ao risco a se voltarem para a Bolsa.
A entrada de aproximadamente R$ 11 bilhões de aportes estrangeiros no mercado de ações do Brasil entre julho e agosto evidencia uma reversão de fluxo após a saída de recursos no primeiro semestre. A melhora na percepção dos investidores em relação ao comprometimento fiscal do governo brasileiro, aliada a esforços para controlar gastos e incrementar a arrecadação, tem contribuído para esse cenário mais favorável.
O ambiente econômico interno, com indicadores de atividade econômica superando expectativas e o mercado de trabalho robusto, promete impactar positivamente os resultados financeiros das empresas brasileiras e manter o otimismo em relação ao desempenho da Bolsa no segundo semestre. Com a economia nacional demonstrando solidez, há uma perspectiva de valorização do real ante o dólar e de um cenário favorável para o mercado acionário.