De acordo com os blocos, desde 2020, o preço para fazer Carnaval na cidade disparou. Isso aconteceu por conta de uma mudança de interpretação da Câmara Municipal de Lisboa no enquadramento dos desfiles. Antes classificados como manifestações, que só precisavam de comunicação prévia às autoridades, os blocos passaram a ser designados como eventos, o que resultou em custos adicionais para os responsáveis, como segurança, limpeza das vias e instalação de banheiros químicos.
Os blocos afirmam que esses custos são excessivos para agremiações modestas, que não têm uma receita contínua. Alguns grupos chegaram a pagar mais de 2 mil euros (R$ 10,3 mil) para ocupar as ruas em 2023. Além disso, a comunicação oficial sobre os valores para pagamento é feita com pouca antecedência, o que causa dificuldades financeiras para os blocos.
Diante dessa situação, os blocos organizaram um movimento de protesto e criaram uma petição online intitulada “Carnaval é um ato político: Liberdade para o Carnaval de Rua de Lisboa”, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para a importância do Carnaval como manifestação cultural da comunidade imigrante em Portugal.
Além da petição, também está marcada uma manifestação para o dia 24 de setembro, com concentração na região do Martim Moniz e marcha até a praça do Município, onde fica a sede da Câmara Municipal. Os representantes dos blocos também conseguiram uma reunião com as autoridades municipais para discutir os apoios ao Carnaval.
A Câmara Municipal de Lisboa afirmou ter dado apoio logístico e isenção de diversas taxas aos blocos em 2023, incluindo o licenciamento de ocupação do espaço público e a licença especial de ruído. A prefeitura diz que permite a realização do Carnaval da comunidade brasileira e que está em articulação com representantes dos grupos em referência.
Os blocos de Carnaval brasileiro em Lisboa são considerados um novo fator de atração turística para a cidade, especialmente durante o inverno europeu. O Carnaval lisboeta atrai brasileiros residentes em outras cidades europeias e estrangeiros interessados em aproveitar o clima festivo.
Portanto, os blocos buscam o reconhecimento oficial e a redução dos custos para realizar os desfiles, visando fortalecer a presença do Carnaval brasileiro na agenda cultural de Lisboa e contribuir para a economia e o turismo da cidade. A reunião marcada com as autoridades municipais será importante para avançar nesse processo e garantir a continuidade do Carnaval de rua na capital portuguesa.