De acordo com a consultoria Nielsen, a receita do setor cresceu 7% nos primeiros seis meses de 2024 em relação ao ano anterior, impulsionada principalmente por um aumento de 11% nos preços, enquanto a quantidade de livros vendidos caiu 4%. O atraso nas compras governamentais também tem contribuído para a situação alarmante do mercado.
A questão que surge é se as pessoas estão deixando para comprar livros apenas em eventos como a Bienal do Livro, em vez de frequentar livrarias ao longo do ano. Mariana Bueno, coordenadora na Nielsen, destaca que o cenário das livrarias no país mudou, com menos redes com capilaridade e um investimento ainda em expansão. Isso pode explicar a busca por compras mais espontâneas em eventos como a Bienal.
A transformação nos hábitos de consumo também é evidente, com a migração do público para a compra online, especialmente para buscas ativas. O diretor do Grupo Record, Cassiano Elek Machado, destaca a influência do TikTok na promoção de livros físicos, criando uma cultura de colecionismo entre os jovens leitores.
Diante desse cenário, a Bienal do Livro se destaca como um evento que atrai não apenas os apaixonados por literatura, mas também um público jovem ávido por experiências culturais. Com uma programação diversificada e adaptada aos interesses dos “fandoms”, a Bienal se torna um ambiente propício para a expansão do leque de leituras e o encontro com ídolos literários.
No entanto, o desafio das editoras ainda reside em como alcançar os leitores em regiões sem pontos de vendas, refletindo a necessidade de buscar alternativas para levar os livros até o público. A Bienal do Livro, portanto, não apenas celebra a literatura, mas também evidencia a demanda reprimida por livros e a importância de eventos culturais para estimular o hábito da leitura.