O comissário da Agência de Gestão de Desastres da Somália, Mahamud Moallim, enfatizou que a prioridade é resgatar os desamparados e fornecer ajuda humanitária imediata às vítimas, no momento em que milhares de famílias estão sitiadas. Além disso, a comunidade humanitária alerta que sem mais recursos, não será possível atender às necessidades atuais e futuras de mais de 7,6 milhões de pessoas.
No entanto, a situação é ainda mais grave para as crianças, com cerca de 1,5 milhões de crianças com menos de cinco anos enfrentando subnutrição aguda até julho de 2024. Enquanto o país enfrenta esses desafios, a intervenção de interesses estrangeiros e de elites somalis prevalecem sobre os dos cidadãos comuns. A influência dos governos estrangeiros, como dos Estados Unidos, e a falta de atuação eficaz do governo somali têm agravado a situação.
A Somália tem enfrentado problemas de governança há décadas, e a conturbada história moderna do país levou analistas de política externa a descrevê-lo como um “Estado falido”. A interferência externa nos assuntos somalis tem agravado a crise, com os Estados Unidos usando a Somália como campo de batalha para seus esquemas geopolíticos, resultando em consequências profundamente destrutivas para a população local.
A cobertura midiática sobre a situação na Somália costuma retratar os problemas do país como autogerados, sugerindo que o resto do mundo está tentando salvá-lo. No entanto, a realidade é que há uma longa história de interferência externa nos assuntos somalis, o que agravou a crise no país. Desde a Guerra Fria até a “guerra ao terror”, os Estados Unidos têm usado a Somália como peão em seus esquemas geopolíticos, sem investir em soluções sustentáveis para a situação do país.
Diante dessa tragédia, é crucial que a comunidade internacional atue de forma mais eficaz para ajudar a população somali a enfrentar essa crise. O país precisa de investimento em soluções duradouras e resistentes às inundações, assim como sistemas de alerta precoce essenciais para preparar-se para catástrofes causadas por uma crise climática. É hora de olhar para além das intervenções geopolíticas e concentrar-se em uma abordagem mais humanitária para resolver os problemas da Somália.