A Anvisa abriu consulta pública sobre o tema, enquanto proibiu a comercialização dos cigarros eletrônicos até que haja uma decisão final. No entanto, o número de fumantes desse tipo de cigarro no Brasil saltou de 500 mil para 2,2 milhões, de acordo com pesquisa recente feita pelo Ipec. O mercado clandestino, que abastece esse público, já se consolidou e movimenta R$ 7,5 bilhões por ano, com a maior parte das mercadorias vindo da China e do Paraguai.
Esse cenário tem dividido opiniões, com deputados e senadores defendendo uma legislação que antecipe a regulamentação da Anvisa. A BAT Brasil, por sua vez, reitera que é a favor de uma regulamentação adequada ao contexto brasileiro, baseada em ciência, que permita qualidade, segurança, comunicação, distribuição adequada e monitoramento do uso desses dispositivos. A empresa alega que os cigarros eletrônicos representam uma opção de redução de danos do tabaco para os adultos fumantes que não optam por parar de fumar.
A postura da BAT reflete a divisão entre a comunidade científica, que tende a vetar esse tipo de dispositivo, e os fabricantes, que argumentam a favor da oferta de produtos de menor risco à saúde. A companhia afirma que colabora com órgãos reguladores em vários países, como EUA, Reino Unido, França, Japão, Suécia, Itália, Grécia e Nova Zelândia, buscando a regulamentação e legalização dos cigarros eletrônicos.
A discussão sobre a liberação e regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil promete se intensificar nos próximos meses, com interesses tanto econômicos quanto de saúde em jogo. Os desdobramentos desse debate certamente terão impactos significativos no mercado de tabaco e na saúde pública do país.