No Brasil, o Copom, liderado por Roberto Campos Neto, decidiu manter a Selic inalterada em 10,5% pelo segundo mês consecutivo. O comitê alertou para possíveis riscos de alta da inflação, principalmente devido a um câmbio persistentemente mais fraco, projeções de inflação acima da meta e custos de serviços elevados. Já no Chile, o banco central surpreendeu a maioria dos economistas ao interromper seu ciclo de flexibilização, sugerindo que a maior parte da redução já foi feita. Na Colômbia, o banco central cortou os juros em 0,50 ponto percentual, porém a votação foi dividida, refletindo resistência interna.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicou a possibilidade de um corte de juros em setembro, o que pode aliviar a pressão sobre o câmbio dos países latino-americanos. No entanto, as decisões e comunicados dos bancos centrais da região na quarta-feira enfatizaram que a flexibilização nos EUA não será suficiente, diante de fatores como a alta dos custos de serviços e tensões políticas.
As perspectivas de política monetária no Brasil, Chile e Colômbia podem ser impactadas por um eventual corte de juros pelo Fed em setembro, o que daria mais margem de manobra aos bancos centrais da região. No entanto, tudo dependerá do comportamento dos mercados de câmbio e das pressões políticas internas, que podem afetar diretamente a inflação.
Os economistas estão atentos aos próximos passos dos bancos centrais latino-americanos e do Federal Reserve, considerando a incerteza em torno do processo de flexibilização monetária nos EUA. A expectativa é de que os mercados possam precificar até três cortes de juros ao longo do ano, embora haja dúvidas sobre a viabilidade dessa projeção otimista.