‘Bancada Ruralista apresenta baixo alinhamento com agenda ambiental da Câmara dos Deputados, revela Farol Verde em nova pesquisa’

Com um total de 290 deputados, a Frente Parlamentar da Agropecuária, também conhecida como Bancada Ruralista, tem mostrado um índice de alinhamento com a agenda ambiental abaixo da média geral da Câmara dos Deputados. De acordo com os dados do Farol Verde, plataforma desenvolvida pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), a adesão dos ruralistas a projetos voltados para o enfrentamento da crise climática é de apenas 16,85%, enquanto a média da Casa gira em torno de 30%.

A ferramenta do Farol Verde analisou a votação dos parlamentares em 108 propostas legislativas que tramitaram na Câmara e no Senado em 2023 e 2024, sendo 78 itens considerados benéficos para o meio ambiente e 30 nocivos. Para cada deputado foi atribuído um Índice de Convergência Ambiental total (ICAt), levando em consideração a porcentagem de votos favoráveis e contrários aos projetos ambientais. Dentre os membros da Bancada Ruralista, 21 apresentaram 0% de alinhamento.

A alta discrepância entre a média geral do ICAt na Câmara e o índice da Bancada Ruralista é apontada por Marcos Woortmann, diretor-adjunto do IDS e coordenador do projeto Farol Verde, como uma questão ideológica. Segundo ele, a bancada tem uma postura contrária à proteção ambiental, o que resulta no apoio a projetos prejudiciais, como o PL 490/2023 e o PL 3334/2023.

Woortmann ressalta que o desalinhamento com a pauta ambiental pode comprometer o desenvolvimento agrário brasileiro a longo prazo, uma vez que a agricultura depende da estabilidade climática e hídrica do país. No entanto, a assessoria de comunicação da Frente Parlamentar da Agropecuária contesta os parâmetros do Farol Verde e alega que não houve um esforço da Frente Parlamentar Ambientalista para construir um alinhamento nas votações.

Diante dessa situação, é fundamental acompanhar de perto o posicionamento e as ações da Bancada Ruralista, uma vez que decisões tomadas nesse sentido podem impactar diretamente o meio ambiente e o setor agrícola do Brasil. A transparência e a responsabilidade dos parlamentares ao lidar com essas questões são essenciais para garantir um futuro sustentável para o país.

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