Avanço da direita nas eleições municipais reflete conservadorismo e superioridade financeira sobre a esquerda, aponta especialista.

Nas eleições de 2016, a esquerda conseguiu vencer em duas capitais brasileiras já no primeiro turno e chegou ao segundo turno em mais dez. Essa vitória no primeiro turno ocorreu em Rio Branco, com o PT, e em Palmas, com o PSB. Já no segundo turno, os partidos de esquerda saíram vitoriosos em São Luís (PDT), Fortaleza (PDT), Natal (PDT), Recife (PSB), Aracajú (PCdoB) e Macapá (Rede). Por outro lado, a esquerda não obteve sucesso no segundo turno em Goiânia (PSB), Belém (PSOL), Rio de Janeiro (PSOL) e São Paulo (PT).

No entanto, de acordo com especialistas, a direita conseguiu avançar enquanto a esquerda não reagiu de forma eficaz. O professor Cláudio Couto, da FGV, aponta que há um crescimento do conservadorismo no Brasil, o que reflete no cenário político. Ele destaca que, em 2022, mesmo com a derrota de Bolsonaro, houve uma grande vitória do Congresso, considerado o mais conservador da história do país.

Couto também ressalta que a presença maior da direita em nível local é natural, pois esse campo político possui mais partidos e está mais difundido pelo território nacional. Após a crise de 2015, a esquerda não se recuperou localmente, o que abriu espaço para a direita ocupar esse espaço.

Esse avanço da direita foi impulsionado também pelo aumento de recursos eleitorais, como o Fundo Eleitoral, que neste ano atingiu o valor recorde de R$ 4,9 bilhões. Além disso, deputados e senadores contam com emendas parlamentares no valor de R$ 44,6 bilhões, o que os permite articular com vereadores e prefeitos para beneficiar as candidaturas locais e fortalecer suas bases eleitorais. Essa estratégia contribui para que políticos se elejam em diferentes esferas de poder, criando uma rede de apoio e influência política.

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