Autora de ‘O Amor Não É Óbvio’ é alvo de agressão em sessão de autógrafos e se torna fenômeno editorial

A escritora Elayne Baeta conquistou um lugar de destaque no cenário literário nacional com seu livro de estreia “O Amor Não É Óbvio”. Durante uma sessão de autógrafos em São Paulo, em 2019, ela foi surpreendida por uma reação negativa de uma espectadora, que cuspiu nela após descobrir o tema do livro, que trata da descoberta da sexualidade de uma jovem lésbica. No entanto, o incidente não impediu o sucesso da obra, que se tornou o primeiro best-seller juvenil com protagonismo lésbico a integrar a lista da revista Veja.

Com vendas que ultrapassaram 100 mil exemplares, Elayne Baeta se consolidou como fenômeno editorial e passou a movimentar multidões de fãs em eventos públicos. Contudo, o reconhecimento também trouxe desafios, como ameaças que a levaram a ter seguranças em suas aparições públicas. Aos 27 anos, ela se destaca como a autora nacional mais vendida no selo Galera, da Record, ficando atrás apenas de Carla Madeira e Ana Maria Gonçalves.

A continuação de seu primeiro livro, intitulada “Coisas Óbvias sobre o Amor”, já está causando alvoroço, com uma pré-venda que bate recordes. Elayne Baeta será uma das atrações principais da Bienal do Livro de São Paulo, onde autografará exemplares de suas obras e interagirá com os leitores.

A trajetória de Elayne Baeta até o sucesso foi marcada por obstáculos e superações. Originária de uma família simples na Bahia, ela começou cedo no mercado de trabalho, passando por diferentes ocupações. Sua paixão pela escrita a levou a criar histórias lésbicas que preenchiam a lacuna que ela mesma sentia nas livrarias. Com inspiração no cotidiano e no humor teatral de Ariano Suassuna, e referências em escritoras como Meg Cabot, ela construiu um universo literário único e envolvente.

Além disso, Elayne Baeta é parte de um movimento de autores nacionais que buscam dar visibilidade e representatividade à comunidade LGBTQIA+ na literatura juvenil. Seu desejo é seguir escrevendo histórias em que a orientação sexual das personagens não seja o foco principal, mas sim um aspecto natural de suas vidas. Com uma escrita leve e acessível, ela busca criar narrativas que tragam alegria e diversão aos leitores, descontruindo estereótipos e ampliando as vozes presentes na literatura brasileira.

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