Áustria dá vitória inédita à ultradireita em eleição marcada por crescente apoio a partidos radicais na Europa

Neste domingo (29), a Áustria surpreendeu o mundo ao conceder uma vitória inédita à ultradireita, em um cenário que reflete o crescente apoio a essa força política na Europa. Nos últimos meses, países como Holanda, França e Alemanha também experimentaram o vigor dos partidos radicais de direita, refletindo a insatisfação dos eleitores com questões como imigração e inflação.

O Partido da Liberdade da Áustria (FPO) se destacou nas projeções, conquistando 29,1% dos votos, à frente do conservador Partido Popular Austríaco (OVP) e dos Social-Democratas de centro-esquerda. Embora não tenha maioria absoluta, o FPO terá o direito de liderar uma coalizão, o que gera incertezas sobre o futuro político do país.

Desde 2021, com Herbert Kickl assumindo a liderança do partido, a popularidade do FPO tem crescido. Kickl defende pautas como criticar as sanções da União Europeia contra a Rússia e promover a remigração, que consiste na expulsão de pessoas não europeias que não se integraram totalmente à Áustria.

Por outro lado, o atual primeiro-ministro, Karl Nehammer, fez campanha com o slogan de “estabilidade, em vez de caos” e defendeu uma política anti-imigração. A disputa política entre Nehammer e Kickl reflete a polarização e incerteza sobre futuras coalizões no país.

A possibilidade de uma coalizão de três partidos, com OVP, social-democratas e um terceiro partido, como o NEOS, é apontada como forma de impedir um governo liderado por Kickl. No entanto, a queda de popularidade dos conservadores desde 2019 e a redução do apoio aos Verdes, aliados tradicionais, complicam a formação de uma coalizão estável.

O resultado das eleições na Áustria levanta questionamentos sobre os rumos políticos do país e da Europa como um todo, em um cenário marcado pela ascensão da ultradireita e pela necessidade de construção de alianças políticas inéditas para garantir a governabilidade.

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