As principais operadoras de navios porta-contêineres, incluindo a AP Møller-Maersk e a Hapag-Lloyd, estão entre as empresas que aumentaram as velocidades dos navios na tentativa de minimizar o tempo de navegação extra para os navios que normalmente usariam o Canal de Suez. Esse aumento nas emissões é resultado do desvio de navios devido aos ataques dos houthis do Iêmen a navios comerciais no mar Vermelho e no Golfo de Áden.
Após quase uma década de “navegação lenta” pela maioria das empresas de transporte marítimo na tentativa de economizar combustível e minimizar suas emissões de carbono, a Maersk, operadora da segunda maior frota de navios porta-contêineres do mundo, suspendeu a navegação lenta em alguns serviços para compensar parte do atraso da navegação ao redor do Cabo da Boa Esperança.
A Hapag-Lloyd, a quinta maior linha de contêineres, também afirmou que as velocidades, em geral, aumentaram e que estava acelerando navios quando necessário para superar atrasos. No entanto, analistas de transporte marítimo da Sea Intelligence alertaram que os clientes das linhas de transporte marítimo estavam “entre a cruz e a espada” por causa da decisão dos operadores de aumentar a velocidade dos navios, já que um aumento de velocidade resulta em um aumento significativo no consumo de combustível e, consequentemente, nas emissões de carbono.
Além das operadoras de navios porta-contêineres, as empresas que movimentam commodities a granel secas, como carvão, minério de ferro e grãos, também estão navegando em velocidades mais altas para compensar o tempo de trânsito adicional. No entanto, os impactos ambientais das velocidades mais altas são uma preocupação para executivos do setor. Hans-Christian Olesen, diretor-executivo da Ultrabulk, da Dinamarca, expressou preocupação com o impacto potencial de velocidades mais altas, destacando que isso vem a um custo ambiental enorme.
Portanto, o aumento das emissões de gases do efeito estufa por parte dos navios devido aos desvios de rota e ao aumento da velocidade está gerando preocupações tanto sobre o impacto ambiental como sobre as consequências financeiras para as empresas de transporte marítimo. A necessidade de equilibrar o tempo de trânsito adicional com as pressões ambientais e regulamentações de emissões é um desafio que as empresas do setor terão que enfrentar nos próximos tempos.