Segundo relatos, os ataques de artilharia têm atingido áreas residenciais, colocando em risco a vida de civis. Ahmed Abdallah, de 51 anos, residente de Omdurman, cidade vizinha a Cartum, comentou sobre a situação, afirmando que os confrontos entre os grupos rivais estão causando danos às casas e à população local.
As tensões entre o Exército e a RSF têm crescido desde o golpe de Estado que resultou na destituição do ex-governante Omar al-Bashir, em 2019. As disputas entre os dois grupos se intensificaram em abril deste ano, quando um plano para uma nova transição governamental foi questionado.
As negociações entre as partes, que aconteceram em Jeddah, foram interrompidas em junho e retomadas em outubro, mas, novamente, não resultaram em um acordo. Fontes sudanesas presentes nas negociações afirmaram que os compromissos de reduzir a retórica agressiva, capturar os aliados de Bashir e facilitar a ajuda humanitária não foram cumpridos.
De acordo com informações, representantes do Exército e da RSF continuam em desacordo sobre a ocupação de parte de Cartum pela RSF, com demandas de retirada para bases específicas por parte do Exército. Além disso, uma contraproposta dos paramilitares para estabelecimento de postos de controle ao redor da cidade foi rejeitada pelos militares.
As tensões no Sudão permanecem elevadas e a população aguarda por uma solução pacífica para o conflito que assola o país. Os moradores e autoridades locais temem que a escalada de confrontos armados resulte em mais danos e perdas de vidas humanas. A comunidade internacional acompanha de perto a situação no Sudão, na esperança de uma resolução pacífica e sustentável para a crise.