Audiência do Vaticano decide sobre ex-assessor próximo do papa Francisco por escândalo financeiro milionário

Cardeal Becciu, ex-assessor próximo do papa Francisco, compareceu ao tribunal do Vaticano para responder por acusações relacionadas à compra de um edifício de luxo em Londres no valor de 350 milhões de euros. O procurador havia reivindicado sete anos e três meses de prisão para ele, juntamente com uma multa de mais de 10.000 euros.

Este caso ganhou destaque devido à posição de Becciu na hierarquia da Igreja Católica, sendo o funcionário de mais alta posição a comparecer perante o tribunal do Vaticano. As acusações incluem fraude, desvio de fundos, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão, resultando em penas que variam de quase quatro anos a mais de 13 anos, além de sanções financeiras.

A transação em questão ocorreu entre 2014 e 2018 como parte dos investimentos da Santa Sé, que possui um patrimônio imobiliário considerável. Esse caso coloca em evidência a opacidade das finanças do Vaticano, suscitando preocupações sobre as operações da Igreja.

O papa Francisco, desde sua eleição em 2013, tem buscado sanear as operações da Igreja Católica. Ele reformou o sistema judicial para permitir que bispos e cardeais sejam julgados em tribunais laicos, não apenas em instâncias religiosas. A tentativa do pontífice argentino de promover transparência e responsabilização dentro da Igreja é evidente nessas ações.

Becciu, que era o ex-número dois da Secretaria de Estado, principal órgão do governo central da Santa Sé, foi destituído de todas as suas funções em setembro de 2020, apesar de manter seu título de cardeal. Sua participação neste caso de alto perfil tem colocado a administração do Vaticano sob escrutínio e levantado questões sobre a transparência e integridade das finanças da Igreja Católica.

A audiência de Becciu e outros réus acusados continua a atrair a atenção global devido à natureza das acusações e ao impacto que o caso pode ter nas operações e na reputação da Igreja Católica. A decisão final do tribunal do Vaticano terá repercussões significativas, não apenas para os indivíduos envolvidos, mas também para a governança e transparência da Santa Sé.

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