O Hamas, em um ato incontestável de violação moral, realizou um ataque que resultou na morte de civis desarmados, incluindo crianças, gerando justificada crítica e condenação. Ainda que a causa do Hamas seja justa, isso não lhe dá o direito de cometer tais atrocidades, que vão contra éticas deontológicas, da virtude ou consequencialistas. A ação do Hamas deu a Israel o direito de ir à guerra para recuperar reféns e neutralizar o grupo terrorista, mas Tel Aviv ainda tem a obrigação de agir de acordo com as leis de guerra, protegendo a população civil.
No entanto, a forma como Israel tem conduzido seus ataques também tem levantado questionamentos. Embora o Hamas deliberadamente esconda seus QGs e armamentos em locais como hospitais e escolas, tornando a tarefa de evitar mortes de civis mais complexa, Israel ainda precisa encontrar uma maneira de conciliar esses objetivos contraditórios, se quiser manter uma superioridade moral sobre o seu adversário.
Além disso, a reputação internacional de Israel também tem sido levada em consideração, com a possibilidade de ação moral ser influenciada por questões de imagem perante a opinião pública mundial. A percepção de que sofrerá condenação independentemente de suas ações pode levar Israel a agir de forma ainda mais questionável, agravando ainda mais a situação.
Portanto, diante de um cenário de conflito onde vidas humanas estão em jogo, é crucial que ambos os lados ajam de forma moralmente responsável, cumprindo as leis de guerra e respeitando a vida e dignidade de civis inocentes. A busca por uma solução justa e duradoura para o conflito não pode ignorar tais aspectos morais e éticos, pois, no final das contas, quem mais sofre são as pessoas comuns, que estão longe das decisões políticas e militares.