Serra, nascido em San Francisco e filho de um espanhol que trabalhava em um estaleiro, encontrou na matéria bruta sua expressão artística. Suas esculturas de metal gigantescas e imponentes marcam paisagens e arquiteturas ao redor do mundo, desde arcos metálicos até labirintos plúmbeos que envolvem o espectador.
Apesar da imponência de suas obras, Serra sempre buscou a essência da delicadeza no simples ato de estar no mundo. Seus primeiros trabalhos exploravam verbos como rasgar, enrolar, amassar, dobrar, cortar, demonstrando uma busca contínua pela verdade do metal e a relação entre peso e leveza.
O artista despontou no cenário artístico contemporâneo em Manhattan, no final dos anos 60, e logo se tornou uma figura influente entre outros artistas revolucionários da escultura, como Donald Judd e Bruce Nauman. Sua obra era marcada pela brutalidade dos materiais e pela escala impressionante, que ia desde a palma da mão até arranha-céus.
No entanto, suas esculturas também provocaram controvérsias e debates, como o caso da escultura “Tilted Arc” em Manhattan, que gerou uma década de disputas entre o artista e os frequentadores da praça. Serra defendia que suas obras eram indissociáveis do ambiente em que estavam inseridas, redefinindo o espaço e a relação do espectador com a paisagem.
Apesar das críticas à sua estética rígida e imponente, Richard Serra foi um artista de seu tempo, refletindo as incertezas e mudanças da época em que viveu. Sua obra, marcada pela ousadia formal e pela busca pela verdade do peso e da matéria, permanece como um legado duradouro no mundo da arte contemporânea.