Artista Richard Serra, referência na escultura contemporânea, falece aos 85 anos em Nova York, deixando legado monumental e polêmico.

O renomado artista Richard Serra faleceu aos 85 anos em Nova York, deixando um legado monumental no mundo da escultura. Sua carreira, que começou na década de 1960, foi marcada por obras imponentes e impactantes, que desafiavam a relação entre o peso do metal e a leveza do ar, entre céu e terra.

Serra, nascido em San Francisco e filho de um espanhol que trabalhava em um estaleiro, encontrou na matéria bruta sua expressão artística. Suas esculturas de metal gigantescas e imponentes marcam paisagens e arquiteturas ao redor do mundo, desde arcos metálicos até labirintos plúmbeos que envolvem o espectador.

Apesar da imponência de suas obras, Serra sempre buscou a essência da delicadeza no simples ato de estar no mundo. Seus primeiros trabalhos exploravam verbos como rasgar, enrolar, amassar, dobrar, cortar, demonstrando uma busca contínua pela verdade do metal e a relação entre peso e leveza.

O artista despontou no cenário artístico contemporâneo em Manhattan, no final dos anos 60, e logo se tornou uma figura influente entre outros artistas revolucionários da escultura, como Donald Judd e Bruce Nauman. Sua obra era marcada pela brutalidade dos materiais e pela escala impressionante, que ia desde a palma da mão até arranha-céus.

No entanto, suas esculturas também provocaram controvérsias e debates, como o caso da escultura “Tilted Arc” em Manhattan, que gerou uma década de disputas entre o artista e os frequentadores da praça. Serra defendia que suas obras eram indissociáveis do ambiente em que estavam inseridas, redefinindo o espaço e a relação do espectador com a paisagem.

Apesar das críticas à sua estética rígida e imponente, Richard Serra foi um artista de seu tempo, refletindo as incertezas e mudanças da época em que viveu. Sua obra, marcada pela ousadia formal e pela busca pela verdade do peso e da matéria, permanece como um legado duradouro no mundo da arte contemporânea.

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