Essa estratégia de bastidores ganhou destaque recentemente com o rompimento entre Lira e o ministro Alexandre Padilha, motivado pelas insinuações de que o presidente da Câmara estaria perdendo poder e apoio político. Lira não hesitou em enviar um recado direto a Padilha, demonstrando que estava ciente das tentativas de desestabilização e que não toleraria interferências em sua liderança.
No entanto, apesar das tentativas de enfraquecer Arthur Lira, o presidente da Câmara tem dado mostras de que controla a situação. Sua habilidade em articular apoios e manter a tropa unida tem sido fundamental para sua permanência no cargo e para garantir o sucesso de suas pautas no Congresso.
Um exemplo disso foi a estratégia de dispersão de poder adotada por Lira na reforma tributária, ao nomear 14 relatores para dois projetos de regulamentação, concentrando assim a interlocução com o Planalto e outros setores envolvidos. Além disso, Lira tem mantido quatro candidaturas possíveis em aberto para sua sucessão, evitando antecipar a transferência de poder e mantendo-se no controle da situação.
No que diz respeito à relação com o governo, Lira tem seguido uma linha de cooperação na economia, abstenção em pautas de costumes e oposição em questões de interesse da esquerda. Essa estratégia tem garantido a sua influência e poder de barganha, mostrando que, mesmo diante das adversidades, Arthur Lira não é um “pato manco”, mas sim um político astuto que sabe jogar o jogo do poder com maestria. A sua habilidade em dividir para reinar tem se mostrado eficaz até o momento, permitindo-lhe manter-se firme em sua posição e nas negociações políticas em Brasília.