Os integrantes do PP defendem que Tarcísio mantenha a neutralidade nessas situações para evitar dividir o campo da direita. Porém, aliados de Lima e membros do PP afirmam que a relação entre o partido e o secretário continua boa, e que a desfiliação foi uma decisão pessoal de Lima.
Segundo o deputado federal Maurício Neves, presidente do PP em São Paulo, a decisão de Arthur Lima foi respeitada e as portas do partido estarão sempre abertas para ele. A eleição municipal em Barretos (SP) teria sido o estopim para a desfiliação, após Tarcísio gravar um vídeo de apoio a um pré-candidato do Republicanos, que concorrerá com um membro do PP.
A relação entre Lima e o PP teria ficado desconfortável, já que o secretário é descrito como fiel ao governador Tarcísio, evitando qualquer confronto. De acordo com aliados, a atuação partidária demandava tempo e dedicação que Lima não dispunha, já que seu cargo exige neutralidade para arbitrar interesses conflitantes.
Além disso, a filiação de Lima ao PP no ano passado, vista como uma tentativa de limitar o poder do secretário Gilberto Kassab e do PSD, gerou frustrações entre os líderes de outros partidos, que acusam Kassab de utilizar sua influência para atrair prefeitos para o PSD.
Portanto, a desfiliação de Arthur Lima do PP revela os bastidores políticos que envolvem a tomada de decisões e alianças partidárias, mostrando as nuances e interesses que permeiam a gestão pública e as relações entre políticos de diferentes legendas.