No acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação totalizou R$ 1,73 trilhão, representando um aumento de 9,47% em relação aos primeiros oito meses de 2023, considerando a correção pela inflação. Esse resultado também configura um recorde para o período.
Em agosto, os recursos administrados pela Receita Federal, que englobam a cobrança de impostos de responsabilidade da União, registraram um avanço de 12,06% em termos reais em relação ao ano anterior, alcançando R$ 195,12 bilhões. Já de janeiro a agosto de 2024, o crescimento foi de 9,41%, somando R$ 1,65 trilhão.
As receitas administradas por outros órgãos também apresentaram crescimento em agosto, com um aumento de 8,5% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando R$ 6,5 bilhões. No acumulado do ano, esses recursos tiveram uma alta real de 10,54%, chegando a R$ 85,93 bilhões.
O desempenho positivo da arrecadação foi influenciado pelo comportamento dos indicadores macroeconômicos, o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e o desempenho dos tributos do comércio exterior devido ao aumento das importações. Além disso, ganhos com Imposto de Renda sobre ganhos de capital e uma mudança no calendário em decorrência da calamidade no Rio Grande do Sul também impulsionaram os resultados.
No recorte por tributo, a arrecadação de PIS/Pasep e Cofins teve um crescimento real de 19,93%, enquanto a receita previdenciária aumentou 6,99% em agosto. Setores como o comércio atacadista, o setor financeiro e a indústria automotiva foram destaques no período, refletindo o otimismo na retomada econômica.
Em entrevista, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, destacou que a arrecadação segue em trajetória de crescimento acentuado ao longo do ano, com medidas como a taxação de fundos de investimento exclusivos e offshore contribuindo para o incremento das receitas.
Os resultados positivos ajudam na busca pelo déficit zero por parte da equipe econômica, que deve divulgar novas projeções para a trajetória fiscal do ano, com possíveis ajustes no orçamento para cumprir os limites estabelecidos. A expectativa é de que a arrecadação continue em ascensão nos próximos meses, impulsionando a recuperação econômica do país.