Os ataques ocorridos em Brasília no dia 8/1 incluíram a invasão da Esplanada dos Ministérios e vandalismo nas sedes dos três Poderes. Bolsonaro mencionou esses atos ao notar que a praça onde ocorria a concentração possuía menos pessoas em comparação com uma manifestação anterior no mesmo local.
Segundo o ex-presidente, a diminuição no número de pessoas presentes na praça se deve ao temor do que aconteceu em 8 de janeiro. Bolsonaro não explicou como essa ação da esquerda teria ocorrido, mas afirmou que os brasileiros que foram manifestar “entraram em uma arapuca, numa armadilha patrocinada pela esquerda”.
Ao longo do seu mandato, Bolsonaro inflamou seus apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e, por isso, foi condenado pelo STF como inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na passeata contra o aborto em frente ao Palácio da Liberdade, os manifestantes ocuparam parte da praça. A Polícia Militar de Minas Gerais não divulgou uma estimativa de participantes.
Durante a concentração antes da passeata, os manifestantes exibiram faixas e cartazes contra a ADPF 442, que busca a descriminalização do aborto no país e está aguardando julgamento no STF. Além das manifestações visuais, também foram ouvidos gritos de “quero ouvir de novo, supremo é o povo”. O evento contou com a presença de gestantes e crianças, que foram colocadas sobre um caminhão de som utilizado para discursos.
A maior parte dos manifestantes era formada por fiéis de igrejas evangélicas, como a do pai do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e da Igreja Católica Carismática do deputado federal Eros Biondini (PL).
Bolsonaro e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, cumpriram agenda em Belo Horizonte desde sexta-feira (6). Durante sua estadia na cidade, Bolsonaro almoçou com correligionários, participou de um culto em uma igreja evangélica cujo pastor é o pai do deputado Nikolas Ferreira, encontrou-se com representantes do setor agrícola e tomou café da manhã com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Além disso, Michelle participou de um encontro do PL Mulher, já que é presidente da ala nacional do partido. Redes bolsonaristas também divulgaram vídeos do ex-presidente em pelo menos dois restaurantes da cidade. A passeata contra o aborto foi a última agenda do casal na capital mineira.