De acordo com Esper Kallás, Diretor do Instituto Butantan, a intenção não é a comercialização imediata da vacina, mas sim a criação de um estoque estratégico para o caso de necessidade futura por parte do Ministério da Saúde. O Instituto optou por desenvolver a vacina contra a cepa H5N8, que é altamente patogênica e pode causar sérios problemas respiratórios e óbitos em humanos. A letalidade da influenza aviária em seres humanos é de 53%, conforme dados da Organização Mundial da Saúde.
Esse pedido de autorização à Anvisa busca preparar-se para eventualidades futuras, garantindo que o Instituto Butantan esteja pronto para fornecer a vacina caso haja necessidade. Além disso, o Instituto está desenvolvendo uma rota tecnológica que pode ser adaptada caso ocorram mudanças na cepa do vírus. A vacina contra a gripe aviária é fundamental devido aos alertas causados pelos recentes casos de transmissão entre mamíferos, evidenciando o potencial epidemiológico da doença.
Os estudos envolvendo vacinas são essenciais para manter os países prevenidos contra possíveis epidemias de gripe aviária ou outras cepas de influenza que possam afetar os seres humanos. A produção de vacinas é um processo complexo, que envolve diversas etapas de pesquisa clínica, construção de fábricas, produção em larga escala e distribuição. No caso do Instituto Butantan, responsável pela produção anual de mais de 100 milhões de doses da vacina da gripe para o SUS, a etapa de construção de fábricas já está concluída. Todo esse trabalho é essencial para garantir a segurança e eficácia das vacinas disponíveis à população.