Ano após ataques, 89% da população reprova invasões golpistas de 8 de janeiro, diz pesquisa.

Um ano após os ataques golpistas de 8 de janeiro, uma pesquisa revelou que 89% dos brasileiros reprovam as invasões, enquanto apenas 6% afirmam aprovar o que ocorreu e 4% não souberam ou não quiseram responder. Realizada pela Quaest, a pesquisa entrevistou 2.012 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 14 e 18 de dezembro, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Os resultados apontam que a desaprovação às invasões permanece alta em todas as regiões do Brasil, independente da faixa etária e escolaridade. Além disso, chamou a atenção o fato de que tanto eleitores de Lula (PT) quanto eleitores de Jair Bolsonaro (PL) desaprovaram majoritariamente os ataques, com 94% e 85% de rejeição, respectivamente.

A pesquisa também questionou se o ex-presidente teve influência no 8 de janeiro, com 47% dos entrevistados respondendo que sim, enquanto 43% afirmaram não ver influência de Bolsonaro no episódio, e 10% não souberam ou não quiseram responder. Na região Nordeste, 57% acreditam em uma influência do ex-presidente nos ataques, enquanto os sulistas foram os que menos viram participação de Bolsonaro, com 52% acreditando que não houve influência.

Ainda segundo a pesquisa, 51% dos participantes consideram os invasores como radicais que não representam os eleitores de Bolsonaro, enquanto 37% acreditam que os golpistas representam sim os eleitores do ex-presidente.

Além disso, o ex-presidente está sendo investigado por suposto envolvimento nos ataques, seja como mentor intelectual ou como instigador do que ocorreu em Brasília, e a CPI do 8 de janeiro aprovou um relatório final pedindo o indiciamento do ex-presidente e de outras 60 pessoas, incluindo cinco ex-ministros, sugerindo quatro crimes: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado. O relatório chama Bolsonaro de “grande autor intelectual” dos ataques e diz que ele seria o maior beneficiário de um golpe. “O então presidente tem responsabilidade direta, como mentor moral, por grande parte dos ataques perpetrados a todas as figuras republicanas que impusessem qualquer tipo de empecilho à sua empreitada golpista.”

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