O processo de transformação dessas estrelas em anãs brancas é fascinante. Quando o combustível se esgota, a gravidade faz com que a estrela entre em colapso e exploda suas camadas externas em um estágio conhecido como “gigante vermelha”, deixando um núcleo compacto que se torna a anã branca.
A novidade desse estudo está na descoberta de que as anãs brancas ingerem fragmentos de planetas, luas e asteróides. Os pesquisadores identificaram uma cicatriz na superfície de uma anã branca, composta por elementos metálicos de um fragmento planetário ou asteróide que ela engoliu. Esse processo, conhecido como acreção, ocorre quando os detritos são atraídos pelo campo magnético da estrela e não se misturam com o resto do material na superfície da anã branca, como se imaginava anteriormente.
O astrônomo Stefano Bagnulo, do Observatório e Planetário Armagh, na Irlanda do Norte, que liderou a pesquisa, comentou sobre a surpresa dos pesquisadores com essa descoberta. Ele comparou o processo de acreção ao colocar açúcar em um copo de água, ressaltando a importância do campo magnético da estrela na preservação dos materiais ingeridos.
Essa anã branca em particular, que foi estudada, iniciou sua vida com cerca de duas vezes a massa do Sol e teve uma vida útil de aproximadamente 1,2 bilhão de anos antes de iniciar seus espasmos mortais. Muitas anãs brancas têm um disco de detritos em sua órbita, proveniente dos restos de um sistema planetário, que gradualmente cai na superfície da estrela.
Essa descoberta levanta questionamentos e abre novas possibilidades de estudo sobre a evolução e o destino das estrelas de grande massa em nosso universo. A ciência espacial continua a surpreender e inspirar com novas revelações sobre os mistérios do cosmos.