Aliança Catalã defende expulsão de imigrantes em situação irregular: polêmica cresce na política espanhola.

No cenário político catalão, a questão da imigração e segurança pública tem sido um tema de destaque nas últimas discussões. Silvia Orriols, da Aliança Catalã, está buscando conquistar o voto daqueles que defendem a expulsão de imigrantes em situação irregular, em um movimento que se alinha com o nacionalismo exacerbado.

A prefeita de Ripoll, por exemplo, chegou a comemorar como uma vitória a detenção e deportação de um indivíduo que dormia nas ruas da cidade no verão passado. Além disso, prefeitos do Maresme, ligados ao partido JxCat, solicitaram em uma carta conjunta a expulsão de imigrantes multirreincidentes, contando com o apoio da direção do partido.

Enquanto a liderança do JxCat, liderada por Puigdemont, era acusada de apoiar teses xenófobas relacionando imigração e criminalidade, o partido de extrema-direita Vox afirmou que o JxCat estava plagiando suas propostas. O líder do Vox na Catalunha, Ignacio Garriga, já havia exigido a expulsão de imigrantes anteriormente.

No entanto, o governo divulgou dados que não corroboram a conexão entre reincidência criminal e imigração. Segundo as estatísticas, a taxa de reincidência entre imigrantes é de 22,2%, ligeiramente superior aos 20,4% entre os locais. Isso levou o partido ERC a criticar os discursos que culpam a imigração pela insegurança, enquanto o líder dos Comuns, Joan Mena, pediu para o Junts, partido de Puigdemont, abandonar as mensagens racistas.

Em meio a esse cenário, a questão da transferência de competências em relação ao controle de fronteiras e expulsões aguarda a aprovação de uma lei orgânica. O líder do Juntos, Josep Turull, negou repetidamente que seu partido faça uma ligação direta entre imigração e criminalidade, apesar do discurso racista em torno da reincidência. Ele também defendeu uma política migratória catalã, alegando que está em jogo a soberania nacional.

Em paralelo, a França enfrentou embates em relação à sua lei de imigração, promovida pelo presidente Macron. A lei previa medidas como dificultar o acesso à nacionalidade e facilitar a expulsão de imigrantes em situação irregular, o que gerou críticas de organizações da sociedade civil e de partidos de esquerda. O Conselho Constitucional rejeitou cerca de um terço das propostas da lei, destacando a divisão entre imigrantes com emprego e os desempregados.

Em um contexto europeu mais amplo, a imigração tem sido alvo de debates e medidas mais restritivas. Países como a Alemanha adotaram políticas para atrair profissionais qualificados, enquanto endurecem as condições de asilo e deportação para outros imigrantes. A União Europeia também negocia mudanças em suas políticas migratórias, diante da ascensão da extrema-direita.

Dessa forma, a questão da imigração e segurança pública segue sendo um tema complexo e controverso, com diferentes abordagens sendo adotadas por diferentes países e partidos políticos. A busca por uma solução equilibrada e humanitária para esse desafio global segue sendo uma prioridade em muitas nações europeias.

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