Alexandre Ramagem: a polêmica nomeação que levou à interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e na Abin.

O caso envolvendo Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), tem gerado polêmica desde o início de 2020, quando o presidente Jair Bolsonaro tentou nomeá-lo como chefe da Polícia Federal. Essa nomeação foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que culminou com a saída do então ministro da Justiça, Sergio Moro, do governo. Moro alegou que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal, o que desencadeou uma série de conflitos políticos.

Posteriormente, em junho daquele ano, Ramagem foi escolhido para liderar a ABIN, sendo elogiado pelo presidente Bolsonaro. Segundo o presidente, “grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem)”. No entanto, seus laços com a família Bolsonaro levantaram questões sobre sua imparcialidade e independência enquanto chefe de um órgão de inteligência.

Ramagem já tinha estreitado laços com a família Bolsonaro durante o Réveillon de 2020, quando passou um tempo ao lado de Carlos Bolsonaro, que na época era responsável pelas redes sociais do presidente e pela disseminação de notícias falsas em seu “gabinete do ódio”. Ramagem chegou até a utilizar verba de seu gabinete de deputado para contratar uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes desse grupo.

Em relação à sua trajetória política, Ramagem foi eleito deputado no ano passado com 59.170 votos, tendo declarado um patrimônio de R$ 428 mil, incluindo um carro de luxo. Ele recebe um salário mensal de R$ 41 mil como deputado, além de R$ 6,7 mil de auxílio moradia. Sua principal bandeira no Congresso é a segurança pública, e ele desempenha funções relevantes como um dos vice-líderes do PL na Câmara, além de ser membro do Conselho de Ética e da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Com base nesses fatos, a nomeação de Ramagem para a ABIN tem gerado controvérsias e levantado questões sobre sua independência e imparcialidade. A proximidade com a família Bolsonaro, somada às tentativas anteriores de nomeação para a Polícia Federal, colocam em dúvida a capacidade de Ramagem de desempenhar suas funções de forma imparcial e apartidária.

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