A onda de protestos foi desencadeada por uma reportagem publicada em 10 de janeiro pelo veículo de jornalismo investigativo Correctiv, que revelou que membros da AfD se reuniram com extremistas de direita em Potsdam em novembro para discutir a expulsão de imigrantes e “cidadãos não assimilados”. Os participantes da reunião discutiram a “remigração”, um termo frequentemente usado nos círculos de extrema direita como um eufemismo para a expulsão de imigrantes e minorias.
Essa notícia chocou muitas pessoas na Alemanha, especialmente em um momento em que a AfD está ganhando força nas pesquisas de opinião. Com três importantes eleições estaduais no leste da Alemanha este ano, onde o apoio do partido é mais forte, a legenda tem chances reais de eleger seu primeiro governador.
O Ministério do Interior divulgou que no fim de semana passado, mais de 900 mil pessoas em todo o país participaram de manifestações contra a ultradireita, usando informações policiais como base para esses números.
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, em um vídeo divulgado neste sábado a respeito do Dia em Memória das Vítimas do Holocausto, saudou os protestos que vêm ocorrendo contra a extrema direita e “por democracia, respeito e humanidade”. Ao lembrar a derrota do nazismo, Scholz afirmou: “‘Nunca mais’ requer que todos nós estejamos vigilantes. Nossa democracia não é dada por Deus. Ela é feita pelos homens.”
Os manifestantes estão mostrando seu posicionamento contra a escalada da ultradireita no país e a possível influência negativa que isso poderia ter nos valores democráticos e humanitários da Alemanha. A mobilização por parte da população se destaca como um marco na luta contra o retorno de ideais perigosos e extremistas que marcaram a história do país.