Essa divergência surgiu recentemente, quando o ministro convenceu o restante do governo a manter a meta de zerar o déficit público até 2024, resultando em contrariedade entre os integrantes do partido. O documento oficial do PT afirma que “não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado.”
Os líderes do governo na Câmara e do PT na Câmara, junto com alguns deputados, tentaram inicialmente excluir a crítica à condução da política fiscal do documento. No entanto, desistiram da iniciativa diante do argumento de que o prazo para apresentação de recursos havia expirado.
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, defendeu um déficit equivalente a 1% ou 2% do PIB, negando que a crítica do documento seja direcionada aos integrantes do Executivo, mas defendendo que o país não pode ser guiado por austeridade fiscal.
A resolução aprovada pelo diretório do PT ainda cita a necessidade de organizar o partido para “alterar a correlação de forças” dentro do Congresso. Além disso, o texto aponta o centrão, alinhado a Lula, como seguidamente minoritário no Congresso Nacional e influenciado negativamente no Legislativo e no Executivo.
Outro alvo de críticas do partido, nesta resolução, é o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que mantém a maior taxa de juros do planeta, sem nenhuma justificativa plausível, de acordo com o documento. A resolução ainda defende a atuação da Petrobras para o crescimento do país e a retomada do controle público da Eletrobras, privatizada em 2022.
A divergência em relação à política econômica é apenas a mais recente em uma série de embates internos do PT, que já vinha se posicionando abertamente contra medidas de Haddad. O próximo passo do partido é organizar-se para alterar a correlação de forças dentro do Congresso, segundo a resolução aprovada.