Segundo Sakamoto, o presidente Bolsonaro recorreu a uma situação envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para justificar a posse das joias. A defesa de Bolsonaro alegou que Lula também teria recebido presentes no passado, antes da mudança nas regras do TCU em 2016. No entanto, o colunista ressaltou que a ala bolsonarista dentro do TCU influenciou na mudança de entendimento sobre o caso.
De acordo com Sakamoto, o ex-senador e ministro Antonio Anastasia, relator do caso, havia se posicionado contra a aplicação da regra ao ex-presidente Lula. Por outro lado, Jorge Oliveira, que hoje é ministro do TCU e foi um dos assessores mais próximos de Bolsonaro, defendeu a tese de que a situação era injusta, gerando apoio da ala bolsonarista na Corte.
O colunista destacou que a decisão do TCU pode ser usada pela defesa de Bolsonaro para questionar o inquérito da Polícia Federal que investiga a origem das joias recebidas pelo presidente. As acusações de contrabando das joias árabes e muquiada trouxidas da Arábia Saudita foram reforçadas, levantando a suspeita de irregularidades na posse desses objetos.
Em resumo, a atuação da ala bolsonarista dentro do TCU foi fundamental para a mudança de entendimento sobre as joias recebidas por Bolsonaro. A influência desses membros na decisão do Tribunal levanta questionamentos sobre a imparcialidade e transparência das instituições no país. A polêmica envolvendo as joias do presidente continua a gerar debates e críticas no cenário político nacional.