Dione se tornou a primeira mulher negra a ocupar o cargo de presidente interina da OAB-SP em 91 anos de existência da entidade. Ela ressalta que a advocacia até hoje não contempla a mulher, o negro e o indígena, e por isso não resolve os problemas desses grupos. A advogada argumenta que é preciso democratizar o sistema de Justiça e buscar a equidade.
Ela menciona a importância da paridade de gênero e raça na nomeação de juízes e também a necessidade de uma representação diversa no Supremo Tribunal Federal. Dione critica os Tribunais de Justiça, afirmando que são enviesados e não fazem justiça, mesmo com a recomendação do protocolo para julgamento com perspectiva de gênero. Ela ressalta que não é possível falar em paridade de armas quando o processo é instruído por um homem com preconceitos e vieses inconscientes.
A advogada compartilha sua experiência pessoal, destacando os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira como mulher e negra. Ela destaca a falta de representatividade no mercado de trabalho e a discriminação que enfrentou em escritórios de advocacia. Dione afirma que os desafios são diários, mas ressalta a importância de deixar sua marca e combater o apagamento.
Durante sua gestão como presidente interina, Dione criou a medalha Tereza de Benguela para homenagear as advogadas negras, que muitas vezes são invisibilizadas. Ela também mudou o nome da Comissão das Mulheres Advogadas para abranger as mulheres trans, enfatizando a importância da inclusão e das diferenças.
Em resumo, Dione de Almeida enfatiza a necessidade de repensar o sistema de Justiça e buscar uma advocacia mais inclusiva e representativa. Ela destaca os desafios enfrentados pelas mulheres e pessoas de grupos marginalizados na profissão, mas também ressalta a importância de deixar sua marca e promover mudanças positivas.