Administrador do braço brasileiro do X renuncia após ameaças de Elon Musk e decisão do STF: perfil discreto e formação exemplar.

O advogado e cientista político Diego de Lima Gualda renunciou ao cargo de administrador do braço brasileiro do X, ex-Twitter, em meio a ameaças de Elon Musk, proprietário da plataforma, de descumprir ordens judiciais no país. A renúncia de Gualda foi oficializada por meio de carta datada dois dias antes da apresentação à Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), registrando também a sua saída do cargo de representante da empresa. Até o momento, não foi divulgado o nome do novo administrador que ocupará a posição deixada por Gualda.

A situação entre o X Brasil e as autoridades judiciais brasileiras se intensificou depois que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, negou um pedido da empresa para isentar o X internacional de responsabilidade por possíveis desobediências a decisões judiciais no país. Moraes considerou a solicitação como litigância de má-fé e afirmou que os administradores do X Brasil seriam responsáveis por eventuais obstruções da justiça ou desobediência a ordens judiciais.

Diego Gualda, que assumiu o cargo em agosto de 2024, foi citado na decisão de Moraes como procurador das empresas que compõem o Twitter Brasil. Sua renúncia aconteceu dias após a divulgação do “Twitter Files – Brazil”, feita pelo jornalista Michael Shellenberger, que expôs conversas internas da plataforma relacionadas a críticas ao ministro Moraes.

A possibilidade de funcionários do X Brasil serem punidos, inclusive com a prisão, foi levantada por Elon Musk, que ameaçou reabrir perfis bloqueados judicialmente. A história se repete no Brasil, já que outros executivos de grandes empresas de tecnologia, como Fabio Coelho do Google e Diego Dzodan do Facebook, foram detidos em situações semelhantes no passado.

A responsabilidade legal recai sobre os representantes legais das empresas no país, cujas ações podem resultar em multas, medidas cautelares e até prisão temporária. A renúncia de Gualda é mais um capítulo nesse imbróglio entre o X Brasil e as autoridades judiciais brasileiras, que demonstra a complexidade das relações entre empresas de tecnologia e o poder judiciário.

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