Acordo de R$ 23 bilhões da Braskem é questionado por Renan Calheiros e TCU

A Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do Brasil, fechou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em 2019 para o pagamento de cerca de R$ 23 bilhões em ressarcimentos. No entanto, esse acordo agora está sendo questionado pelo senador Renan Calheiros, que alega que a participação de órgãos importantes como a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) e a Advocacia-Geral da União (AGU) não foi considerada.

A situação ganhou mais destaque quando a AudPetróleo, unidade técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) especializada em petróleo, gás natural e mineração, afirmou que a Corte não tem competência para avaliar se o valor acordado é compatível com os danos gerados pela exploração de sal-gema. O fato de o acordo não ter contado com a participação de diversos órgãos públicos importantes gerou controvérsias em relação à sua validade e adequação.

A Braskem, por sua vez, também se manifestou contra a competência do TCU para analisar acordos que já foram homologados pelo Judiciário. Além disso, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), juntou-se a Renan Calheiros ao pedir que o TCU avaliasse o tamanho do dano ambiental causado pela empresa.

Nesse meio tempo, o ministro do TCU, Aroldo Cedraz, citou dois aspectos que embasam a competência da Corte para analisar o caso. Primeiro, o fato de a Lagoa Mundaú, onde parte dos danos ocorreu, ser um bem da União. Em segundo lugar, Cedraz mencionou um acordo entre a Braskem e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma estatal federal.

Por fim, o ministro afirmou que “a existência de acordo judicial a respeito de ressarcimento de dano ao erário por conduta do responsável não obsta a competência do TCU para promover sua própria quantificação e responsabilização do mesmo responsável por dano ao erário decorrente do mesmo fato”. Em resumo, a situação envolvendo a Braskem, o MPF e o TCU ganhou destaque e está gerando debates sobre a competência para avaliar o acordo de ressarcimento. A finalização do caso ainda está em aberto e um desfecho definitivo deverá ser aguardado nos próximos meses.

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