A ideia de uma nova Guerra Fria tornou-se evidente quando o Partido Democrata e muitas elites liberais da imprensa atacaram o antigo presidente Donald Trump por ter sido “brando” com a Rússia. De acordo com a visão dessas pessoas, a Rússia é um inimigo hostil, agressivo e expansionista dos Estados Unidos e do “mundo livre”. Essa definição foi adotada como forma de ganhar legitimidade, já que é base para a política externa do aparelho de segurança nacional e do público.
A ameaça de extinção nuclear também é cada vez mais significativa. As crises nucleares podem escalar no Mar do Sul da China e na Ásia Oriental, onde a China e a Rússia tendem a ser aliadas na oposição ao domínio militar e econômico dos EUA. Também é importante observar que os perigos de uma escalada e de uma guerra com a Rússia poderiam emergir rapidamente em locais como o Irã, onde a Rússia e a China apoiam Teerã em sua resistência às provocações militares dos Estados Unidos.
A fronteira com a Rússia apresenta ainda mais riscos, com as tensões da Guerra Fria e a expansão da OTAN sempre no combustível para uma grande tempestade de fogo entre os Estados Unidos e a Rússia. O presidente Joe Biden aumentou essa aposta ao aprovar e financiar novas armas nucleares táticas “restritas”, com maior probabilidade de desencadear um conflito nuclear na fronteira russa.
A crise dos mísseis de Cuba em 1963 mostrou claramente o quão iminente a ameaça de guerra nuclear pode ser. Hoje, o militarismo desenfreado e os líderes dispostos a arriscar o destino do mundo trazem de volta o risco de aniquilação nuclear.
A preocupação com o Relógio do Juízo Final, que marcou o desastre nuclear em 90 segundos para a meia-noite, ressalta a importância de abordar essas questões com seriedade. Os líderes mundiais não podem continuar jogando um jogo cínico de “abaixar e esconder” a verdade sobre o risco de aniquilação nuclear.
Este trecho adaptado de “Dying for Capitalism: How Big Money Fuels Extinction and What We Can Do About It”, de Charles Derber e Suren Moodliar (Routledge, 2023), ressalta a gravidade da situação. O mundo precisa tomar medidas sérias para evitar um desastre nuclear.