De acordo com Hartung, a guerra na Ucrânia tem sido vista como uma oportunidade de ouro para empresas como a Raytheon e a Lockheed Martin. Isso porque, além dos contratos de reabastecimento de armas já fornecidos por Washington ao país, como os mísseis antiaéreos Stinger e os mísseis antitanque Javelin, há uma expectativa de aumento significativo nos gastos com segurança nacional tanto na Ucrânia quanto na Europa após o conflito.
O pesquisador ressalta que os lucros dessas empresas estão diretamente ligados aos conflitos armados, já que o aumento dos gastos militares é justificado pelas ameaças da invasão russa e pelas consequências desastrosas que se seguiram. Ele alerta que a indústria bélica tem interesse na perpetuação dos conflitos, uma vez que isso impulsiona a demanda por armamentos e fortalece a narrativa de que é necessário investir cada vez mais em segurança nacional.
Além disso, Hartung também destaca a possibilidade de uma expansão permanente da indústria de armas em decorrência da guerra na Ucrânia. Segundo ele, já existem planos para a construção de novas fábricas, aumento na produção de munições e flexibilização das regras de aquisição de armas. Essas mudanças representam um custo que pode chegar a dezenas de bilhões de dólares a mais do que o planejamento atual de gastos. O pesquisador argumenta que essa expansão é desnecessária e insensata, uma vez que ocorre em detrimento de outras prioridades urgentes.
Além do impacto na indústria bélica, a guerra entre Rússia e Ucrânia também tem repercussões nos preços do petróleo. Os receios de que o conflito possa afetar a política em torno do mercado do petróleo fizeram com que os preços do petróleo americano e do petróleo Brent subissem significativamente.
Em resumo, a guerra na Ucrânia não apenas gera sofrimento para a população desses países, mas também beneficia a indústria bélica internacional. É fundamental que a comunidade internacional fique atenta a essa realidade e busque soluções pacíficas para o conflito, a fim de evitar a perpetuação dos lucros de empresas de armamentos e os impactos negativos em outros setores da economia global.