No mundo ideal, os atletas e treinadores teriam uma conduta irrepreensível, respeitando os adversários, árbitros e auxiliares. Os tumultos seriam raros, e os técnicos não buscariam protagonismo. Porém, na prática, o cenário é bem distinto, com comportamentos agressivos e desrespeitosos sendo comuns dentro e fora de campo.
Além disso, no mundo ideal, o cenário esportivo contaria com um calendário mais equilibrado, gramados perfeitos e estádios seguros e acessíveis a todos. No entanto, a realidade mostra uma exclusão dos menos favorecidos dos estádios, revelando uma profunda desigualdade no acesso ao esporte.
No que diz respeito ao desempenho das equipes, no mundo ideal a valorização estaria centrada na qualidade do jogo, independentemente do resultado final. No entanto, no mundo real as análises são muitas vezes superficiais, baseadas apenas no placar final e desconsiderando os aspectos técnicos e táticos que influenciam o desempenho das equipes.
Nesse contexto, a recente rodada de jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana demonstrou a distância entre o ideal e o real, com partidas marcadas pela falta de inventividade e beleza. A atuação de jogadores como Paulinho e Hulk, por exemplo, revelou a dificuldade em traduzir a teoria ideal em prática, com jogadas desconectadas e um desempenho aquém do esperado.
No campo tático, a estratégia de times que abrem mão da posse de bola para surpreender no contra-ataque, como foi o caso do Peñarol contra o Flamengo, evidencia como o mundo ideal do futebol nem sempre se concretiza na realidade, com resultados inesperados e contrários às expectativas.
Diante desse cenário de contrastes e desafios, cabe aos analistas e espectadores do esporte buscar uma síntese entre o mundo ideal e o mundo real, reconhecendo as limitações e contradições inerentes ao universo do futebol brasileiro. É a partir desse olhar crítico e reflexivo que é possível compreender e transformar a realidade do esporte nacional, aproximando-o do ideal almejado por todos os amantes do futebol.