A mais recente notícia relacionada ao VAR veio de Mike Dean, que trabalhava para a federação inglesa até a temporada passada. Pela primeira vez, um árbitro que atuava como VAR admitiu publicamente que deixou de alertar o colega de campo sobre um erro que ele identificou nos monitores.
A partida em questão ocorreu entre Chelsea e Tottenham, em 14 de agosto do ano passado, pelo Campeonato Inglês. Anthony Taylor era o árbitro de campo e Dean era o VAR. Nos acréscimos do segundo tempo, com o Tottenham perdendo por 2 a 1, houve um empurra-empurra na área durante um escanteio, e o zagueiro Romero, do time visitante, puxou a cabeleira do espanhol Cucurella. Dean viu a falta escandalosa, mas decidiu não alertar Taylor, que marcou novo escanteio.
Em uma entrevista ao podcast Up Front, Dean explicou sua decisão, alegando que queria preservar seu colega de profissão de um momento extra de tensão em um jogo extremamente difícil. Ele também afirmou que já havia advertido os dois treinadores, que a partida estava sendo infernal e que não queria colocar Taylor em uma situação ainda mais difícil.
A regra do VAR diz que o árbitro de vídeo só pode intervir em lances de gol, pênalti, expulsão e erro de identidade. No caso em questão, Dean deveria ter dado a Taylor a opção de decidir se o ato de Romero merecia um cartão vermelho e, independentemente disso, o árbitro de campo apontaria falta para o Chelsea. No entanto, sem a checagem do VAR, a bola permaneceu com o Tottenham e Harry Kane empatou o jogo.
Dean admitiu que foi um erro grave e que, como consequência, foi afastado por dois meses pelas autoridades da Premier League. Ele alegou que pediu um tempo para refletir e que, após retornar, temia cometer erros como VAR.
O árbitro se aposentou ao final da temporada após acumular mais de 550 partidas como árbitro na elite europeia.
Essa história é apenas mais um exemplo das controvérsias que o VAR tem causado no futebol. Embora tenha sido implementado para evitar erros claros e óbvios, muitas vezes acaba gerando mais confusão e polêmica. Resta saber como os órgãos responsáveis pelo futebol irão lidar com esses problemas e buscar soluções para aprimorar o sistema.