De acordo com Flávia Cardoso, coordenadora de Imunização da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o Brasil se encontra atualmente em um cenário endêmico para o sarampo, o que levou o país a ser classificado como pendente de reverificação em 2023. Mesmo com melhorias na cobertura vacinal para sarampo e rubéola, através da tríplice viral, em muitos estados o avanço tem sido mínimo ou até negativo. O Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Roraima foram destacados como regiões preocupantes para a manutenção da eliminação do sarampo e da rubéola.
A comissão que esteve no Brasil em maio deste ano recomendou a ampliação da sensibilidade na definição de casos suspeitos, a padronização de um fluxograma de resposta rápida a casos suspeitos e até mesmo a articulação com o Ministério do Esporte e ligas esportivas para vacinação de atletas brasileiros. A ideia é fortalecer a vigilância e prevenir possíveis surtos da doença, que pode ter impactos graves na saúde pública.
Apesar de dois anos sem casos autóctones de sarampo no país, as autoridades de saúde continuam em alerta, buscando formas de garantir a retomada da certificação de país livre do sarampo. Ações como buscas ativas e integração da vigilância em diferentes doenças são fundamentais para esse processo de controle e prevenção.