A liminar que foi revogada havia sido concedida pela 16ª Vara Federal Cível de Brasília em 2023, suspendendo as investigações. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou a derrubada dessa decisão provisória.
O caso veio à tona após a publicação das Pandora Papers, uma série de reportagens em 2021 feita por um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de escritórios internacionais que lidam com empresas em paraísos fiscais. Nessa investigação, foram citadas várias personalidades públicas, incluindo Roberto Campos Neto e o então ministro da Economia, Paulo Guedes.
Campos Neto teve seu nome associado à empresa Cor Assets, fundada no Panamá em 2004, e também à offshore Rocn Limited, nas Ilhas Virgens Britânicas. Ele afirmou que essas empresas foram devidamente declaradas à Receita Federal e que não realizou nenhuma remessa de recursos para a Cor Assets após assumir o cargo público.
De acordo com o presidente do BC, todo o seu patrimônio, tanto no Brasil quanto no exterior, foi declarado às autoridades competentes e todos os impostos devidos foram pagos. No entanto, o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe que membros do alto escalão sejam administradores diretos de investimentos estrangeiros após assumirem funções públicas.
A defesa de Campos Neto afirmou que já houve exames por órgãos públicos de fiscalização e pela Procuradoria-Geral da República, que não encontraram irregularidades. Segundo os advogados, a abertura de uma terceira apuração para os mesmos fatos seria apenas um gasto de tempo e dinheiro público, pois chegariam à mesma conclusão de legalidade e regularidade das investigações anteriores.