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Senador propõe projeto de lei para acabar com insegurança jurídica em relação ao trabalho em plataformas de aplicativos de celular.

O senador Wilder Morais, do partido PL de Goiás, apresentou um projeto de lei com o objetivo de definir as condições em que não se configuraria relação de emprego entre prestadores de serviços e plataformas tecnológicas de intermediação com usuários. Segundo o senador, a proposta visa a acabar com a insegurança jurídica relacionada ao trabalho em aplicativos de celular, tanto de entrega quanto de transporte.

O PL 4.737/2023 propõe alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecendo que nos trabalhos em parceria ou colaboração entre prestadores de serviço e usuários por meio de aplicativos, com a intermediação de plataformas tecnológicas, não se configuraria a prestação pessoal ou a pessoalidade, desde que o prestador de serviço pudesse indicar um ou mais substitutos para o exercício das mesmas funções, com o uso dos mesmos instrumentos. Além disso, o projeto de lei define que não haveria subordinação jurídica nem trabalho sob dependência nessas relações, quando não houvesse previsão de penalidades para os prestadores que cancelassem ou rejeitassem serviços.

O senador Wilder Morais justificou a necessidade do projeto citando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, segundo ele, estaria “controversa e insegura” em relação às relações de trabalho entre plataformas de aplicativos e prestadores de serviços. Ele destacou a insegurança jurídica enfrentada pelas plataformas, que chegam a ameaçar suspender suas atividades devido à possibilidade de arcar com encargos sociais associados ao emprego celetista, além das despesas jurídicas e administrativas decorrentes. O senador ressaltou que a maioria dos trabalhadores não deseja uma relação de emprego, buscando principalmente a flexibilidade que essas modalidades de trabalho proporcionam.

De acordo com Wilder Morais, o projeto de lei visa trazer mais segurança jurídica para as relações de trabalho intermediadas por plataformas de aplicativos, garantindo direitos tanto aos prestadores de serviços quanto às próprias plataformas. Agora, o projeto aguarda tramitação no Senado para possíveis alterações e votação.

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