Sargento nega envolvimento em atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, segundo informações recentes.

No depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de vandalismo de 8 de janeiro, o sargento Luis Marcos dos Reis, ex-membro da equipe de ajudantes de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, admitiu que cometeu um erro pessoal ao participar das manifestações na Esplanada dos Ministérios e expressou arrependimento pelo que descreveu como um “ato impensado”.

O sargento dos Reis é acusado de envolvimento em fraudes com cartões de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e seus familiares, bem como de participar dos atos de 8 de janeiro e realizar movimentações financeiras irregulares. Ele está detido há 114 dias e seu superior, o tenente-coronel Mauro Cid, também está sob investigação.

Durante o depoimento, Reis se recusou a falar sobre as acusações de alteração de dados em cartões de vacinação. No entanto, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou-o sobre movimentações financeiras em sua conta que totalizam mais de R$ 3 milhões em menos de um ano. Ela mencionou depósitos da empresa madeireira Cedro do Líbano, que está atualmente sendo investigada pela Polícia Federal.

Reis afirmou que os depósitos e retiradas em sua conta ocorreram devido a sua passagem para a reserva militar e participação em consórcios, além de intermediar a venda de um carro para o tenente-coronel Mauro Cid no valor de R$ 70 mil. Ele também mencionou um boleto de mensalidade escolar da filha de Jair Bolsonaro como um dos pagamentos feitos à família do ex-presidente.

Em relação à participação nos atos de 8 de janeiro, Reis alegou ter decidido ir à Esplanada depois de ver imagens de vandalismo pela televisão. Ele afirmou que permaneceu na manifestação por cerca de 40 minutos e detalhou como foi sua presença no local, mencionando sua passagem pela rampa do Congresso Nacional.

Reis também negou ter participado de atos golpistas e afirmou que não contribuiu para o vandalismo que ocorreu na Praça dos Três Poderes. No entanto, parlamentares da base aliada do governo confrontaram o sargento com mensagens de seu celular sobre os atos de 8 de janeiro, apontando contradições em seu relato.

A CPMI continua seus trabalhos, com dois depoimentos já agendados. Nesta terça-feira, os parlamentares irão ouvir o coronel Fabio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal. Na quinta-feira, será a vez do coronel Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G.Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

O depoimento do sargento Luis Marcos dos Reis gerou questionamentos e ainda deixou muitas lacunas a serem preenchidas. Os parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro argumentaram que Reis está sendo alvo de revanchismo e que as acusações contra ele deveriam ser tratadas em outro foro. Segundo eles, a CPMI dos atos de 8 de janeiro deveria se focar exclusivamente nessas manifestações.

Com essa polêmica em torno do depoimento do sargento e as contradições encontradas, a CPMI busca esclarecer todos os fatos relacionados aos atos de vandalismo de 8 de janeiro e promover uma investigação justa e imparcial. O objetivo principal é entender o que realmente aconteceu naquele dia e responsabilizar todos os envolvidos de acordo com a lei.

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