Segundo a relatora da proposta, Talíria Petrone, o trabalho da economia do cuidado engloba uma série de atividades essenciais, como limpar a casa, cozinhar, cuidar dos filhos, idosos e doentes da família, além de prestar serviços para a comunidade. Essas tarefas, muitas vezes invisíveis e subestimadas, desempenham um papel fundamental na sustentabilidade e no bem-estar da sociedade como um todo.
A proposta aprovada prevê que a economia do cuidado seja incluída em uma conta específica vinculada ao Sistema Nacional de Contas, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir o desenvolvimento econômico e social do país. Essa medida não apenas fornecerá uma visão mais realista da riqueza produzida, mas também ajudará na definição e implementação de políticas públicas mais eficazes.
O texto aprovado, um substitutivo apresentado pela deputada Talíria Petrone, surgiu a partir do Projeto de Lei 638/19, proposto pela deputada Luizianne Lins. As alterações feitas pela relatora foram no intuito de tornar o projeto mais técnico e adequado às necessidades atuais da sociedade brasileira.
A inclusão da economia do cuidado no cálculo do PIB é uma conquista significativa para as mulheres, especialmente para aquelas que se dedicam diariamente às atividades domésticas e de cuidado sem o devido reconhecimento. Com essa medida, espera-se valorizar essas práticas e contribuir para a redução das desigualdades de gênero.
A proposta agora seguirá para análise em outras comissões da Câmara dos Deputados antes de ser encaminhada para o Senado. A expectativa é de que, com a aprovação final, a economia do cuidado passe a ser devidamente contabilizada e reconhecida como um pilar essencial para o desenvolvimento econômico e social do país.