15/08/2023 – 08:22
Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras ouve fundadores da Atlas Quantum
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras se reúne nesta terça-feira (15) para ouvir os fundadores da Atlas Quantum, Rodrigo Marques dos Santos e Fabricio Spiazzi Sanfelice. A CPI foi instaurada com o objetivo de investigar empresas que atuaram como pirâmides financeiras, causando prejuízos a milhares de pessoas no Brasil e em outros países.
Segundo o deputado Caio Vianna (PSD-RJ), autor do pedido de realização do debate, a Atlas Quantum teria atraído milhares de vítimas com a promessa de altos retornos por meio de um suposto robô de arbitragem. As denúncias e investigações revelaram que a empresa operava como uma pirâmide financeira, causando prejuízos estimados entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões para cerca de 200 mil pessoas. O parlamentar ressalta que a promessa de lucros garantidos se revelou falsa e enganosa.
A Atlas Quantum foi fundada em 2018 e passou a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2019, que determinou a suspensão da oferta de seu produto. Como consequência, a empresa interrompeu os pagamentos aos investidores, resultando em uma série de processos judiciais em todo o país.
Além dos fundadores da Atlas Quantum, também foram convidados a depor na CPI alguns artistas que fizeram propaganda para a empresa, como Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tristão. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) destaca que os artistas são amplamente reconhecidos e que suas campanhas publicitárias aparentemente bem-sucedidas tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa.
A audiência será realizada no plenário 9, a partir das 14h30.
CPI investiga MSK Operações e Investimentos
No dia seguinte, quarta-feira (16), a CPI ouvirá os fundadores da MSK Operações e Investimentos, Gladson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas. A MSK é uma assessoria de investimentos focada em ativos de alto risco, como criptomoedas. De acordo com o deputado Luciano Vieira (PL-RJ), a empresa oferecia um retorno fixo de cerca de 5% ao mês, mas deixou de devolver o dinheiro aos investidores.
Em 2022, a MSK foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por práticas criminosas, como pirâmide financeira e publicidade falsa. A investigação ainda não estabeleceu exatamente o tamanho da fraude, mas o indiciamento enviado para o Ministério Público indica que os proprietários da empresa possuíam uma quantia que variava de US$ 1 milhão a US$ 1 bilhão.
O deputado Júnior Mano (PL-CE) destaca que as evidências apontam para a participação direta de Carlos Eduardo de Lucas e Gladson Tadeu Rosa na execução e coordenação das atividades ilícitas da empresa.
A audiência será realizada no plenário 13, também a partir das 14h30.
CPI das Pirâmides Financeiras tem prazo de conclusão
A CPI das Pirâmides Financeiras foi instalada em junho e tem o prazo de 120 dias para concluir os trabalhos. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.
A comissão tem como objetivo investigar esquemas de pirâmides financeiras que utilizaram criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 11 empresas realizaram fraudes utilizando moedas digitais, divulgando informações falsas e prometendo rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.
Para mais informações sobre a CPI das Pirâmides Financeiras, acesse o infográfico disponibilizado no site da Câmara dos Deputados.
Da Redação – ND