Durante o debate, a coordenadora de Ações Nacionais e Cooperação do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, Luiza Beatriz Acioli, alertou para o aumento dos casos de estupro e feminicídio, revelando que 65,6% das vítimas são negras. A situação foi descrita como uma verdadeira epidemia de violência, com um alto percentual de mulheres sofrendo violência física ou sexual por parte de parceiros íntimos.
A coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Renata Reis, destacou a importância do Programa de atenção integral à saúde da mulher, instituído em 1984, mas ressaltou a necessidade de uma revisão e atualização das diretrizes. A deputada Ana Pimentel (PT-MG) apresentou um projeto de lei para transformar essas ações em legislação.
A representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Simone Diniz, apontou falhas no atendimento das mulheres no Sistema Único de Saúde (SUS), como a redução das opções de contraceptivos disponíveis e a falta de acesso a métodos anticoncepcionais. Além disso, dados mostraram um alto índice de gravidezes indesejadas no país, principalmente entre adolescentes.
Outros problemas discutidos incluem o alto índice de cesarianas nos partos, a mortalidade materna e a falta de preparo dos profissionais de saúde para lidar com as diversas formas de violência contra a mulher. Por fim, o debate evidenciou a urgência de medidas concretas para garantir uma atenção integral à saúde da mulher e combater as diversas formas de violência e desigualdades de gênero no país.