Durante o encontro, o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, destacou os efeitos do desmatamento e do aquecimento global na região amazônica. Segundo ele, o desmatamento já atingiu quase um milhão de quilômetros quadrados na Amazônia, com 75% dessa área sendo convertida em pastagens. Além disso, Nobre alertou que a estação seca tem se prolongado a cada década, o que pode levar a um cenário de autodestruição da floresta.
A diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Ane Alencar, complementou o alerta ao afirmar que os incêndios florestais têm acelerado o processo de degradação do bioma. Dados apresentados durante a audiência indicam que a Amazônia é o segundo ecossistema mais afetado pelo fogo no Brasil, perdendo apenas para o Cerrado.
Por sua vez, representantes do governo apresentaram dados sobre a redução do desmatamento, mas reconheceram a persistência dos incêndios como uma ameaça à região. O secretário da área no Ministério do Meio Ambiente, André Lima, ressaltou as ações em andamento para evitar o “ponto de não retorno”, como investimentos em bioeconomia e restauração agroflorestal, além da aprovação de um projeto de manejo integrado do fogo.
O debate foi encerrado com apelos do superintendente da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, para a aprovação de medidas legislativas e ações concretas em prol da conservação ambiental. O deputado Dorinaldo Malafaia, organizador da audiência, enfatizou a importância de ouvir a ciência e buscar soluções assertivas para enfrentar os desafios climáticos na região amazônica.
Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de unir esforços de diferentes setores da sociedade para garantir a preservação da Amazônia e evitar que se atinja um ponto de não retorno em termos de degradação ambiental. O tema, segundo os participantes do encontro, não pode ser deixado de lado e requer ação imediata e eficaz por parte das autoridades e da população em geral.