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Casa de advogada atingida por desastre da Braskem é alvo de furtos e depredações após desocupação forçada

A situação da advogada Andréa Karla Cardoso Amaral, de 55 anos, que foi obrigada a deixar sua casa devido ao risco iminente de desabamento de uma mina da Braskem em Maceió, é um reflexo do drama vivido por muitos moradores afetados pelo maior desastre ambiental em área urbana do país. Desde sua saída forçada do imóvel, em novembro do ano passado, Andréa enfrenta furtos, depredações, ferrugem e sujeira, tornando difícil reconhecer o lugar onde viveu por 13 anos.

A Braskem, por sua vez, está recorrendo a processos de liquidação de sentença contra moradores como Andréa, que não chegaram a um acordo de indenização ou não participaram do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). Até o momento, foram registradas 19.164 propostas de compensação financeira, com 18.670 indenizações pagas e 76 propostas recusadas.

Andréa e outros moradores foram forçados a deixar suas casas na “zona de risco” devido ao colapso iminente da mina. O juiz Ângelo Cavalcanti Alves de Miranda autorizou o uso de força policial para a desocupação da área. A Braskem busca chegar a um acordo por meio da liquidação de sentença, em que a Justiça indica um perito independente para arbitrar o valor da indenização.

No caso de Andréa, o perito indicado já estabeleceu um valor, que ela aceitou, apesar de considerá-lo abaixo do que realmente valia o imóvel antes de sua saída. A Braskem apresentou embargos de declaração para esclarecer pontos da sentença. Andréa afirmou que a proposta da Justiça foi melhor do que a oferecida pela empresa, que sempre tentou negociar um valor abaixo do padrão.

Outro morador afetado, o coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio de Araújo Silva, teve sua casa incendiada recentemente. Ele estima um prejuízo de R$ 6 milhões, já que o imóvel continha cerca de 20 mil livros. A Braskem ofereceu suporte, mas Cássio recusou.

A Justiça alagoana afirmou que a maioria dos laudos periciais tem sido aceita pela Braskem, embora haja casos em que a empresa contesta as conclusões dos peritos. A situação dos moradores afetados pela mineração da Braskem em Maceió continua a ser um desafio, com muitos enfrentando dificuldades para serem indenizados de forma justa e adequada.

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